Domingo amanheceu leve. Ou eu
acordei leve no fim da manhã de domingo. Talvez seja a tequila ainda passeando
no meu sangue; talvez seja o peso que esqueci (ainda bem!) de trazer de volta
pra casa.
O sol calmo entra pela janela do
quarto, trazido pela brisa que balança as cortinas rendadas. O cheiro de casa
limpa mostra que alguém acordou mais cedo e botou tudo em seu devido lugar,
mudando algumas coisas aqui e ali e jogando outras fora.
Talvez seja verdade que nada dure
pra sempre, mesmo que as promessas da etiqueta digam o contrário. Talvez as
coisas acabem assim como começaram, especialmente se começaram de um susto. Algumas
outras coisas precisam ser esquecidas em um canto escuro do quarto para que,
quando reencontradas, voltem a ter seu valor. Ou despertem ainda maior estima.
Eu espero te reencontrar em
qualquer canto.
E que sejamos, mais uma vez, como
fomos.
Até lá, aproveitarei o meu
domingo enquanto ele durar nesse clima amigável. Enquanto a calma não me tirar
do sério; enquanto eu puder; enquanto eu não precisar colocar meus pés pra fora
de casa. Aproveitarei o meu domingo enquanto a segunda-feira não chegar com
você e todo o seu movimento.
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