sábado, 15 de setembro de 2012

Meia-noite, vinte e sete graus


Calor dos infernos. Vinte e sete graus, e já é quase meia-noite. De dia, a sensação deve ter batido uns quarenta, fácil! Essa cidade... o que eu ainda faço aqui? Nasci pra morar em um lugar frio. Em dias comuns e situações normais, eu já suo bastante. Hoje, nem o ventilador ligado direto na minha cara impede o suor de rolar por todos os lugares. Sim, todos.

Eu devia fazer algo mais pra me mudar. Pro sul deste país tropical ou pro norte deste mundo. Pensando bem, mil e quinhentos quilômetros não são suficientes pra me distanciar desse calor; do vazio, da insegurança, da dúvida. Não são o suficiente pra me separar de mim. Fico com o norte. Com o desconhecido.

Preciso de uma nova perspectiva. Preciso olhar pra minha vida de fora. Preciso saber se sou tão bom em analisar meus próprios erros e encontrar soluções, como sou bom em solucionar os problemas dos outros – aparentemente isso só funciona pra mim, mas ainda assim.

Pode parecer que eu sei bem o que estou fazendo, mas não é bem por aí. Geralmente, eu só faço - depois é que penso no que está acontecendo. Eu finjo bem, esse é o segredo - fake it until you make it.

Mas eu preciso de um tempo da minha vida. Preciso respirar até poder encarar tudo isso de novo. Estou exausto desse mesmo ar quente e seco de sempre. Mudanças. É disso que preciso. Em relação a tudo. Preciso mudar de casa, de cidade, de país e continente. Preciso mudar meu jeito de levar as coisas, minhas prioridades, minhas roupas, meu corte de cabelo.

Eu preciso mudar até me redescobrir.

Ou talvez eu só precise de chuva pra poder respirar melhor.

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