Então
é isso? Acabou mesmo? Assim? Sem direito a despedida ou últimas palavras? Sem direito
a entender em que estrada viramos errado pra que chegássemos até aqui? Sem que eu saiba como é que, em um dia,
você está bem do meu lado e no outro... bom, no outro, eu não tenho ideia de
onde está ou, nem mesmo, de quem é?
Pelo visto,
sim, é isso mesmo.
Mais um.
Mais um ponto final daqueles chatos, intrusos, que se enfiam onde bem
entendem. Daqueles que dão fim a uma frase ainda.
Ainda inacabada.
Mais um pra minha coleção que, se fosse de qualquer outra coisa, seria invejável. Mas essa é, e eu não consigo fugir, a minha especialidade.
Ainda inacabada.
Mais um pra minha coleção que, se fosse de qualquer outra coisa, seria invejável. Mas essa é, e eu não consigo fugir, a minha especialidade.
Minha
e da minha mania masoquista de entregar o meu coração às pessoas assim, logo no
início: “prazer em conhecê-lo! Aqui vai o meu coração; faça dele o que lhe
convir”. Bom, e fazem. O que bem entendem. Quando querem. Eu sei, eu pedi por
isso.
Mas, e
você? Pensei que fosse fazer diferente; pensei, por um segundo, que meu coração
estaria um pouco mais seguro em suas mãos. Que, no fim, quando se cansasse dele
– e de mim – o devolveria ao meu peito, e não que o deixaria ao relento e me
fizesse buscá-lo, aos cacos. Mas não se preocupe: ele já se quebrou
vezes o suficiente pra eu saber que há conserto.
Algo me
diz que eu deveria ir atrás, descobrir os motivos e ver se ainda há solução. Mas
tem um outro sentimento que me impede. E eu já ignorei esse sentimento uma vez,
e essa atitude só me levou até a sua voz fria e desinteressada, ao telefone. Não,
isso não é pra mim; tomei uma nova dose de orgulho e, bem ou mal, ela me
conforta, pelo menos por agora. Talvez eu tenha dor de cabeça, amanhã. Se bem
que eu nem sou de ter ressaca.
Qualquer
coisa que aconteça, eu estarei aqui, onde você deixou meu coração, fazendo o
possível para remendá-lo, como tantas vezes antes. Você, se sentir a
necessidade, pode vir; sabe muito bem como me encontrar. Quando chegar, te
mostrarei onde está a sua assinatura: marcada na cicatriz que deixou. E, talvez
aí, possamos conversar. Até lá, os efeitos daquela dose já deverão ter passado.
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